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Reeducação Alimentar


Com certeza você já ouviu o termo Reeducação Alimentar, não é? Mas você sabe o que esse termo significa? E mais: sabe qual a diferença entre fazer uma reeducação alimentar e fazer uma dieta restritiva?


Dietas restritivas, como o próprio nome diz, procuram sempre restringir drasticamente alguma coisa, seja o total de calorias, um nutriente ou até mesmo um grupo de alimentos, visando como único objetivo a perda de peso. Elas não levam em consideração as particularidades de cada indivíduo nem o contexto em que vivem: mecanizam a alimentação e generalizam, considerando todos iguais. O resultado pode ser algumas vezes uma grande e rápida perda de peso, mas que não se sustenta por muito tempo: na maioria dos casos, tudo o que foi perdido é rapidamente recuperado... e às vezes até em dobro! Quando a restrição cessa e os antigos hábitos são retomados, o corpo se reorganiza para que o peso habitual seja recuperado, pois ele não se adapta à mudança brusca. Além disso, as restrições propostas são muito difíceis de serem mantidas a longo prazo: uma hora ou outra a vontade de comer aquilo que foi proibido acaba prevalecendo, e depois de tanto tempo de proibição, a “recaída” não virá com moderação... restrição leva à compulsão, e depois à culpa. E nem vou mencionar os inúmeros efeitos colaterais para a saúde que as diferentes dietas restritivas podem gerar. No âmbito psicológico, esse "perde e ganha" de peso, o chamado efeito sanfona, acaba gerando sensações de fracasso, incapacidade e insegurança, a auto estima vai rolando por água abaixo... e uma obsessão por comida e por tudo o que se refere a ela vai sendo criada, podendo muitas vezes chegar a um transtorno alimentar. Na realidade, a culpa não é daquele que falhou em se manter na dieta, mas sim do método, da própria dieta.


Na reeducação alimentar, por outro lado, trabalhamos com o equilíbrio entre todos os grupos alimentares, respeitando o hábito, as preferências, o contexto sócio cultural e a história de cada indivíduo. Nenhum alimento ou nutriente é visto como vilão e nenhum visto como herói: todos são importantes e podem estar presentes em uma alimentação saudável, em uma proporção adequada. Além disso, dentro da reeducação alimentar trabalhamos não só quais alimentos são consumidos, mas também como eles são consumidos: com que velocidade, com que atenção, com qual companhia, em qual lugar... Reconectar-se com o próprio corpo, prestando atenção aos sinais que ele envia e respeitando-os, é fundamental. O objetivo é uma mudança de hábitos alimentares definitiva e sustentável, que poderá ser mantida e que trará benefícios para a saúde e bem estar por toda a vida. A perda de peso, se necessária, virá, mas como consequência. O processo pode ser lento e trabalhoso, mas é assim que deve ser para que seja efetivo e duradouro. O resultado é uma relação tranquila e prazerosa com a alimentação e com o próprio corpo.


Por isso, antes de seguir uma dieta que você viu em determinada revista ou blog, uma dieta que um amigo do amigo ou que determinada celebridade fez, pense melhor: coloque sua saúde física e mental em primeiro lugar! Procure um nutricionista capacitado e faça uma reeducação alimentar! E seja feliz!


Para saber mais:

- Livro "O Peso das Dietas" - Sophie Deram

- Livro "A Dieta Ideal" - Desire Coelho e Marcio Atalla

- Livro "Nutrição Comportamental" - Organizadoras: Marle Alvarenga, Manoela Figueiredo, Fernanda Timerman, Cynthia Antonaccio (para nutricionistas)

 

Texto postado originalmente em 17 de Agosto de 2015

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